terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Campeão todos os dias


Há exemplos que valem por todas as manifestações que possam fazer, por todas as bandeiras que erguem em protesto. Há exemplos que são tão exemplares que deviam ser eles próprios a bandeira pela lição que ensinam. Marta Canário é um desses casos - só a forma como encara a vida devia constar dos almanaques. Ficou paraplégica aos 5 anos depois de uma intoxicação por monóxido de carbono, numa manhã normal, durante um banho quente num dia frio. O responsável foi um esquentador instalado na casa-de-banho. Desmaiou e só acordou no hospital. " Mesmo nos quatro meses que estive no Alcoitão continuei a sair à noite, a estar com os meus amigos. Acho que eles encaram tudo com uma normalidade porque eu também encarei, nunca me discriminei".

Quando se sentou pela primeira vez na cadeira de rodas a então adolescente acalentava as esperança de que não seria para sempre. Experimentou tratamentos, médicos em Portugal e lá fora, fisioterapias e medicinas alternativas. Durante quatro anos, guiou a vida da mesma forma que sempre fizera, com os amigos de sempre, na Kapital (discoteca) de sempre.

" Quando comecei a perceber que não havia evolução fui deixando os tratamentos e foquei-me na no que a vida tinha para me dar". Há mais de uma década que é acessora de comunicação na empresa onde começou. " Estar numa cadeira de rodas pode ser uma mais-valia. Porque não me deixo abater facilmente e sei relativizar os problemas ". Sabe que, acima de tudo, é mais importante agarrar os dias do que desperdiçá-los olhando para trás.
"ESTAR NUMA CADEIRA DE RODAS PODE SER UMA MAIS-VALIA. PORQUE SEI RELATIVIZAR."
In " Correio da manhã "


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